segunda-feira, 16 de setembro de 2019


Angola influencia queda de lucros da Teixeira Duarte.

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O grupo registou um recuo de mais de 29% dos resultados líquidos na primeira metade do ano, influenciado pelo impacto da norma contabilística aplicadas ás empresas de Angola e Venezuela.
A Teixeira Duarte registou um resultado líquido de 12,3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que significa um decréscimo de 29,3% face ao mesmo período de 2018.
No relatório intercalar de gestão divulgado esta quarta-feira à CMVM, o grupo refere que este resultado foi influenciado positivamente pelo câmbio e negativamente pelo impacto da norma contabilística aplicadas às empresas de Angola e Venezuela.
Segundo explica, no primeiro caso deve-se ao facto de as diferenças de câmbio financeiras no primeiro semestre de 2019 terem sido negativas no valor de cerca de 21,3 milhões de euros, enquanto que, no período homólogo haviam sido negativas em 38,6 milhões.
Na vertente negativa, aponta o impacto de a posição monetária líquida decorrente da aplicação da IAS 29 às empresas de Angola e da Venezuela ter sido de 4,8 milhões de euros em junho de 2019, enquanto que em 2018 havia sido de 19,7 milhões.
Na primeira metade deste ano, a Teixeira Duarte obteve proveitos operacionais de 490 milhões de euros, recuando 1% em termos homólogos. Já os custos operacionais cifraram-se em 412 milhões, menos 2,1% do que há um ano.
O EBITDA do grupo foi de 77,9 milhões de euros, menos 14,6%.
O volume de negócios ascendeu a 440 milhões de euros, aumentando 2,7% face a junho de 2018, com os mercados externos a representarem 75,7%. Em Portugal o grupo registou um volume de negócios acima dos 106 milhões de euros, diminuindo 6,8% em termos homólogos.
A Teixeira Duarte salienta contudo, no documento, que “mais do que a dimensão do aumento alcançado, destaca-se o facto de o mesmo constituir uma inversão da tendência de redução que se vinha verificando nos últimos cinco exercícios”.
Por setor de atividade, o volume de negócios do grupo foi penalizado pelo imbiliário, onde registou um recuo superior a 77%.
Na construção, o volume de negócios cresceu 20,4% nos primeiros seis meses deste ano, sendo que em Portugal a subida foi da ordem dos 23,7% “essencialmente devido ao bom desempenho conseguido no mercado privado”.
A carteira de encomendas do grupo para o setor de construção diminuiu face ao final de 2018, fixando-se em 30 de junho de 2019 no valor global de 1.459 milhões de euros.
Os resultados financeiros foram negativos e fixaram-se em 35,5 milhões de euros, enquanto que, no período homólogo, haviam sido negativos em 37,6 milhões.
A dívida financeira líquida registou um aumento de 88 milhões de euros desde o final de 2018, tendo-se fixado em 777 milhões.
O rácio divida financeira líquida/EBITDA em 30 de junho de 2019 fixou-se em 4,99 vezes.

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