quarta-feira, 11 de setembro de 2019


Estado espera arrecadar 110 milhões de dólares com privatização de 4 fazendas.

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As quatro fazendas agro-pecuárias de Camaiangala, Longa, Sanza Pombo e Cuimba, com aproximadamente 45 mil hectares, em processo de privatização pelo Instituto de Gestão de Activos do Estado (IGAPE), estão avaliadas em cerca de USD 110 milhões.

Para  esse processo, o IGAPE prorrogou para até 30 deste mês (Setembro) a  extensão do prazo de qualificação dos candidatos  interessados  nas  fazendas  do Longa (Cuando Cubango) e dos projectos de  desenvolvimento agrícola  de  Sanza  Pombo (Uíge),  de Camaiangala (Moxico) e   do  Cuimba (Zaire).
Com esta prorrogação,   de acordo com o documento a que a Angop teve acesso, o IGAPE  dá  mais  espaço aos  investidores  interessados  em  estudarem  os documentos  referentes  aos  activos, bem como proceder visitas às fazendas.
A fase de apresentação  de  candidaturas  para a qualificação  decorrerá  até ao dia  30 deste mês (Setembro), devendo os documentos serem entregues  na sede do IGAPE.
De  acordo com dados preliminares  sobre a  avaliação  feita  desses  activos  do Estado, a fazenda  agro-industrial  de Camaiangala  está  fixada  em 24  milhões dólares norte-americanos.
Localizada na província do Moxico, município de Camanongue, a fazenda  de  Camaiangala  constitui a maior unidade produtiva projectada para região.
O  seu projecto foi lançado no âmbito do Programa de Combate à Fome e Redução da Pobreza do Governo aprovado em 2010. A instalação em regime “chave-na-mão” foi adjudicada à empresa CEIEC – China National Electronics  Import  and Export, em 2011.
A fazenda contempla três vertentes, um agrícola de produção de grãos (milho e soja), uma agro-industrial centrada na produção de fuba de milho para consumo humano e rações e uma pecuária de criação de porcos, ligada também a um matadouro.
Em termos de capacidade instalada, a fazenda conta actualmente, com uma linha de recepção, limpeza e secagem com capacidade para 200t/dia,  dois parque de quatro silos, sendo 1 silo pulmão de 200t, 1 para soja de 700t e dois para milho de 2.500 t, perfazendo uma capacidade de armazenamento de 5.700t.
A mesma  conta ainda com  três linha de produção de fuba de milho por via seca, com capacidade de processar 100 t/dia, equipamentos de extrusão de soja e preparação de rações, com capacidade estimada para 5t/dia, sistema de rega por aspersão com pivot em 400 hectares, campos desmatados para agricultura de sequeiro, totalizando 800 hectares.
Campos de anhara para produção em sequeiro com 140 hectares,  naves de suinicultura para produção intensiva em ciclo aberto, com um efectivo reprodutor de 6 porcas e 150 leitões para venda,  matadouro com capacidade para abate de porcos em fim de vida útil.
Conta com parque de máquinas agrícolas com nove tractores de potências entre 75 e 285 KVA, ceifeiras-debulhadoras, uma de 203 cv e três de 305 cv, um pulverizador automotriz, bem como alfaias para as diversas operações.
Um parque de máquinas pesadas para trabalhos de desmatação, abertura e ou manutenção de estradas rurais e picadas, incluindo uma bulldozer, uma pá-carregadora, uma motoniveladora e um cilindro compactador, uma ma frota de oito camiões com capacidade de carga entre as 5 e as 17 toneladas.
Também estão  disponíveis  na  fazenda, além de  residências  para  técnicos e  trabalhadores.
Fazenda do Cuimba
A fazenda  do Cuimba, situada na província do Zaire, possui uma  área de nove mil e 784 hectares, dos quais cerca de dois mil e 140 hectares foram desmatados, limpos e gradados para produção agrícola.
Na referida fazenda estão instalados quatro pivots (em estado novo), que cobrem uma área total de aproximadamente 235,5 hectares.
Segundo a informação recolhida, nesta área foi semeado milho em regime de sequeiro.
A fazenda está localizada nas margens do rio Fules, onde está instalada uma estação de bombagem com dois grupos motobomba alimentados a gasóleo para alimentação dos referidos pivots.
Parte da fazenda integra a reserva ecológica. O espaço  está avaliado por  35  milhões  de dólares.
Fazenda Sanza Pombo
Já a fazenda Sanza Pombo, localizada na província do Uíge, está avaliada em 22 milhões de dólares e ocupa uma área bruta de 9.433 hectares dos quais cerca de 25% foram desmatados, limpos e gradados para produção agrícola.
O objectivo inicial era destinar cerca de 500 hectares à irrigação por inundação para a produção de arroz, mas os recursos hídricos disponíveis não têm sido suficientes para a produção deste cereal.
No local foram semeados com braquiária mil e 145 hectares para pastagem, divididas por 27 parques vedados com áreas compreendidas entre 40 e 50 hectares cada.
Existem infra-estruturas de apoio à produção de bovinos, nomeadamente duas mangas de vacinação, com tanque banheiro, balança e cais de carga, um confinamento em betão coberto para 600 animais, telheiro para armazenamento de palhas e dois silos de trincheira em betão.
O efectivo bovino, que se encontra actualmente na fazenda, é composto por 612 vacas, 172 novilhas e 160 novilhos da raça Nelore, 33 cavalos, quatro poldros e 12 poldras.
Dispõe  ainda de uma área edificada bastante significativa, com destaque para  o edifício administrativo, área residencial, dormitórios, refeitório, além da zona  industrial.
Foi  instalado no local um sistema de geração de energia eléctrica e um reservatório com sistema de tratamento de água.
Fazenda Longa
A fazenda agro-industrial do Longa,   localizada na província  do Cuando Cubango, é  considerada uma  das maiores unidades de produção de arroz instaladas no País.
Construído entre 2010 e 2012, a fazenda foi projectada para a produção de arroz em 1.500 hectares, dos quais 1.115 em regime de irrigação sob pivot.
 Associado a este parque de 15 pivots, foram construídas 6 estações de bombagem de água e extensos canais betonados de adução de água para os pivots lineares.
A produção obtida serve  para abastecer a unidade de transformação, que engloba uma linha de secagem com capacidade para 500 ton/dia, parque de três silos com capacidade para  três  mil toneladas de arroz cada, linha  de descasque, polimento, branqueamento, selecção e ensaque de arroz,  com capacidade para 168 ton/dia.
Foi igualmente construída uma base logística, com residências para técnicos e trabalhadores, oficinas e armazéns de factores de produção.
O activos do empreendimento da Fazenda Agro-Industrial do Longa estão avaliados em  29 milhões  de dólares  americanos.
O Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), em representação do Ministério das Finanças (MINFIN) é o  responsável deste  processo de licitação, além de outros  activos  do Estado em Angola e no exterior.

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